Recentemente um triste acontecimento abalou a cidade de Primeira Cruz. Um casarão centenário, pode-se dizer - de cerca de 110 anos - pertencente à tradicional e influente família Carneiro, desabou, revelando a triste realidade do abandono de um patrimônio que, embora privado, preservava uma riquíssima história de interesse coletivo.
Essa casa, que um dia foi lar de Domingos José Carneiro, um dos pilares do desenvolvimento do município no século XX, também foi onde nasceu o poeta e renomado escritor, jornalista, e letrólogo Alberico Carneiro, autor dos livros mais importantes da história da cidade: "Memorial de Primeira Cruz 1 e 2". Além disso, a casa guardava consigo não apenas as tradições do início do século XX, em um interior maranhense ainda de costumes medievais, mas também traços do modo de vida, da arquitetura e da cultura local nessa época.
O casarão havia sido reconhecido pela equipe de produção do filme "Aurora", estrelado pela atriz e apresentadora Paulinha Lobão, e se tornou um dos cenários marcantes da obra cinematográfica. A construção e sua importância histórica encantaram a todos que tiveram a oportunidade de visitá-la.
A tristeza que envolve o desabamento desse casarão nos faz lembrar da família Carneiro, uma linhagem tradicional e muito importante no desenvolvimento de Primeira Cruz ao longo do século XX. Domingos José Carneiro, membro destacado dessa família, contribuiu imensamente para o crescimento da localidade, desenvolvendo o comércio e se tornando um dos líderes políticos mais influentes da região.
Na década de 1930, Domingos Carneiro tornou-se uma figura política proeminente, em Primeira Cruz, sendo considerado o patriarca da região. Sua trajetória de sucesso e seu envolvimento político deixaram marcas significativas no desenvolvimento do município.
A queda desse casarão, que foi lar da família Carneiro por gerações, representa uma perda irreparável para a cidade. Infelizmente, o abandono familiar que culminou nesse triste desfecho nos faz refletir sobre a importância de preservar nosso patrimônio cultural e histórico. Cabe às autoridades e à comunidade local buscar soluções para evitar que outras construções de valor sejam perdidas para sempre.
Que esse episódio triste sirva como um alerta para a necessidade de valorizarmos e protegermos nossa história, para que as gerações futuras possam conhecer e se orgulhar das raízes e da cultura que moldaram nossa cidade. É preciso honrar o legado deixado pela família Carneiro e por tantas outras famílias que construíram a Primeira Cruz de hoje, em edifícios e identidades culturais, e continuar trabalhando em prol do desenvolvimento de Primeira Cruz, preservando suas tradições e construções históricas.
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