Opinião: Por Lúcio Silva 


A força da música e o reconhecimento cultural se encontraram em um evento memorável realizado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A noite de homenagens ao Mérito Cultural teve como destaque a presença ilustre da talentosa cantora Alcione, que brilhou ao receber uma honraria concedida pela instituição. Para além de ser agraciada com a homenagem, a diva do samba também presenteou o público com uma palhinha musical que encantou.

O evento, embalado pelo ritmo envolvente e marcante da cantora, ganhou ainda mais destaque quando Alcione, com sua voz potente e cheia de personalidade, entoou uma de suas canções mais emblemáticas. Com a letra recheada de atitude, a artista proclamou: "Se pular a cerca eu detono, comigo não rola!".

Essas palavras, embora ditas em um contexto musical, não poderiam ser mais pertinentes ao cenário político que se desenrola na UFMA. A corrida eleitoral para a reitoria e vice-reitoria, que acontecerá em julho deste ano, tem se mostrado um processo complexo e repleto de nuances.

MÚSICA E POLÍTICA

Entre os candidatos à reitoria, destacam-se três nomes: Isabel Ibarra, Luciano Façanha e Fernando Carvalho. Este último, importante ressaltar, faz parte do grupo político do atual reitor Natalino Salgado, que o indicou como seu sucessor, considerando suas qualidades em potencial, como experiência, excelência para o trabalho com resultados - sobretudo considerando particularidades - além da competência, perseverança e lealdade.

Além do candidato à reitoria, dois postulantes à vice-reitoria também estão inseridos nesse mesmo grupo político: Zefinha Bentivi e Leonardo Soares. Essa coincidência de projetos políticos, embora distintos, mas seguindo a orientação do decano mais do que experiente, Natalino Salgado, tem potencial para criar uma dinâmica valiosa de gestão para enfrentar grandes desafios dentro da Instituição.

Isabel Ibarra, hoje candidata à reitoria, manteve-se por anos aliada ao grupo do atual reitor Natalino Salgado e hoje, de forma descortês, segue carreira solo, como Bete de Cazuza. Luciano Façanha, também candidato, na música da política local toca sempre "ré" e três vezes "mi", resultando sempre em "dó", desafinando o tom musical. Apesar disso, foi agraciado com as eleições diretas para Diretor de Centro, com voto eletrônico - hoje, duramente criticado por Façanha. Vale lembrar que esse processo democrático advém da gestão Natalino Salgado.

A presença de Alcione no evento Mérito Cultural, mesmo sem conhecer os detalhes políticos internos da instituição, trouxe uma mensagem poderosa ao público. Com sua voz inconfundível e a postura firme de quem conhece as lutas e as dificuldades da vida, a cantora transmitiu a ideia de que, diante das adversidades, é preciso manter-se fiel a seus princípios e valores.

A frase cantada por Alcione, "Se pular a cerca eu detono, comigo não rola!", pode ser interpretada como um chamado à transparência, à ética e à responsabilidade para quem pretende conduzir os assuntos da universidade. O público, ao aplaudir e se emocionar com a performance da artista, pareceu concordar com a mensagem transmitida.

Assim como no universo da música, onde a sinceridade e a autenticidade são valorizadas, o meio político também deve buscar essas qualidades em seus representantes. A UFMA, diante do atual contexto, precisa refletir sobre a importância de eleger líderes que estejam dispostos a trabalhar em prol da instituição e de seus estudantes, sem ceder a pressões ou interesses individuais.

O evento Mérito Cultural da UFMA, com a presença de Alcione, serviu não apenas para homenagear uma grande artista, mas também para trazer à tona reflexões importantes sobre o futuro da universidade e os desafios que se apresentam. Que as palavras e a voz da cantora ecoem além dos muros acadêmicos, inspirando uma nova mentalidade política, onde a integridade e o comprometimento estejam acima de qualquer outro interesse.